Clint Eastwood dirige Jolie em drama sobre filho perdido


CANNES (Reuters) - Clint Eastwood dirige Angelina Jolie num emocionante drama dos anos 1920 baseado na história verídica de uma mulher cuja busca por seu filho desaparecido a obrigou a enfrentar a polícia de Los Angeles e um serial killer de crianças.

Houve uma certa confusão nesta terça-feira sobre o título do filme, um dos 22 da competição principal do Festival de Cinema de Cannes deste ano. O título original em inglês era "The Changeling", mas foi mudado para "The Exchange" (no Brasil, será "A Troca").

Baseado em arquivos da prefeitura de Los Angeles que estavam prestes a ser destruídos quando o roteirista J. Michael Straczynski os resgatou depois de receber uma informação a respeito, a história trata de uma mulher da classe trabalhadora, Christine Collins, cujo filho de 9 anos desaparece.

A polícia, que precisa desesperadamente de publicidade positiva, diz que encontrou o garoto, mas, quando Collins insiste que o menino encontrado não é seu filho, ela é sujeita a uma campanha difamatória e internada numa clínica psiquiátrica por cinco dias.

Com a ajuda de um pastor carismático representado por John Malkovich, ela parte em busca da verdade e, com isso, acaba expondo a corrupção e incompetência da força policial.

Em separado, um serial killer de crianças é capturado, e duas histórias diferentes acontecem.

"Com sua tenacidade, essa mulher derrubou todo o departamento de polícia e a estrutura policial da cidade. O prefeito não foi reeleito", disse Eastwood após a sessão em que "A Troca" foi exibido para a imprensa e aplaudido com entusiasmo.

Jolie, que já é mãe e está grávida de gêmeos, disse que o papel de Collins foi difícil de representar. A atriz de 32 anos começou a trabalhar com Clint Eastwood pouco depois de fazer "O Preço da Coragem", em que representou a mulher grávida do jornalista assassinado Daniel Pearl.

"Boa parte da dificuldade está em ser mãe e imaginar 'e se isso estivesse acontecendo comigo, minha dor, minha frustração"', disse ela.

"Perdi minha mãe poucos meses antes de fazer o filme, e, para mim, Christine Collins é muito parecida com minha mãe. Minha mãe era muito passiva, de muitas maneiras, e muito doce, mas, quando se tratava de defender seus filhos, era uma leoa."

Durante a coletiva de imprensa após a sessão do filme, comparações foram traçadas entre "A Troca" e "Sobre Meninos e Lobos", de Eastwood, estrelado por Sean Penn, que é também presidente do júri de Cannes este ano.

Eastwood enxergou também paralelos com seu papel de tira durão em "Perseguidor Implacável" ("Dirty Harry"), lançado há 37 anos.

"Esse filme também mostrou um policial tenaz que queria combater a burocracia política para defender as vítimas," disse ele.

As primeiras reações da crítica sugeriram que o filme de Eastwood pode ser um candidato forte à cobiçada Palma de Ouro de melhor filme em Cannes.

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