Bósnia proíbe Angelina Jolie de filmar no país

Ministra da Cultura exige que a atriz mude o roteiro da história. Trama mostra caso entre mulher muçulmana violentada e agressor sérvio.

As autoridades da Bósnia voltaram atrás e anularam nesta quarta-feira (13) a autorização para a gravação de um filme dirigido pela atriz americana Angelina Jolie, que ambientaria uma história de amor durante a guerra civil no país.

A decisão foi tomada após os protestos de uma associação de mulheres estupradas durante o conflito, segundo a emissora de rádio nacional BHR1.

Segundo a imprensa bósnia, "Untitled bosnian war love story" narra a história de amor entre uma mulher muçulmana violentada e seu agressor sérvio.

"Eles terão autorização, se nos enviarem um roteiro com uma história diferente da que conhecemos hoje, de acordo com as pessoas que leram o roteiro", declarou a ministra da Cultura da Federação Croato-Muçulmana (uma das duas entidades na Bósnia), Gavrilo Grahovac.

A ministra acrescentou que "não se pode impedir a gravação em outro lugar, mas ao menos se pode expressar o descontentamento pela produção de um filme que não conta a verdade e que afeta um grande número de vítimas".

A presidente da associação "Mulheres vítimas da guerra", Bakira Hasecic, declarou à AFP que "não permitiremos que aviltem nossa dor".

"É uma história falaciosa. Entre os milhares de depoimentos de mulheres estupradas durante a guerra, não existe um que conte a história de amor entre a vítima e seu carrasco", acrescentou.

No entanto, a atriz bósnia Zana Marjanovic, que deve interpretar o papel principal do filme, explicou que se trata de "uma história de amor durante a guerra da Bósnia" e que "não promove opiniões políticas".

Segundo a revista Variety, o filme narra simplesmente uma romance entre uma mulher bósnia e um sérvio no início da guerra e a influência do conflito em sua relação.

Jolie está atualmente rodando o filme na Hungria e tinha previsto continuar as gravações de seu primeiro filme, como diretora, na Bósnia, em novembro.

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