Angelina Jolie será produtora de filme sobre o médico congolês Denis Mukwege
A atriz e ativista Angelina Jolie acaba de se juntar à equipe de produção do filme Muganga, The One Who Treats, inspirado na trajetória do médico congolês Dr. Denis Mukwege, laureado com o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho com vítimas de violência sexual em zonas de conflito.
Dirigido por Marie-Hélène Roux e produzido por Cynthia Pinet, o longa é fruto de mais de uma década de dedicação e tem lançamento previsto na França para 24 de setembro. O roteiro, coescrito por Roux e Jean-René Lemoine, foi filmado em locações no Gabão e traz o premiado ator Isaach De Bankolé no papel principal, acompanhado por Vincent Macaigne, Manon Bresch, Babetida Sadjo e Déborah Lukumuena.
Jolie, que conheceu sobreviventes de estupro na República Democrática do Congo em 2013 e colabora com Mukwege desde então, destacou a relevância do projeto.
“É uma honra integrar a produção deste filme urgente e poderoso, que busca dar visibilidade às histórias dos sobreviventes congoleses e ao trabalho transformador do Dr. Denis Mukwege — um curador de corpos e almas, e uma das vozes mais influentes da nossa era na luta contra o uso da violência sexual como arma de guerra, tanto na República Democrática do Congo quanto globalmente”, afirmou Jolie.
O filme foi recentemente premiado com três troféus Valois no Festival de Cinema de Angoulême, na França: o prêmio do público, o prêmio da juventude e o de melhor ator para De Bankolé.
Em comunicado à imprensa, Cynthia Pinet ressaltou que o projeto exigiu mais de dez anos de trabalho contínuo, mas que os realizadores mantiveram o compromisso de retratar nas telas uma realidade frequentemente ignorada: a vivência das mulheres congolesas.
“Mesmo diante de inúmeros desafios, eu e a diretora Marie-Hélène Roux canalizamos todos os nossos esforços para dar visibilidade às histórias dos sobreviventes e ao trabalho do Dr. Mukwege, criando um ambiente onde sua força e coragem fossem representadas com respeito e sensibilidade”, declarou.
Ela acrescentou que Muganga, Aquele que Trata não se limita a narrar o sofrimento — é, acima de tudo, uma celebração da esperança, da reconstrução e da impressionante capacidade humana de superar adversidades.
Ao comentar a participação de Jolie, Pinet destacou que a atriz é, há muitos anos, uma das figuras mais engajadas na defesa dos direitos humanos em Hollywood.
“Seu envolvimento é genuíno e poderoso, e sua presença reforça que Muganga, A Que Trata ultrapassa fronteiras, conecta-se com nossa essência humana e incorpora a crença que me acompanha há mais de uma década: a de que a arte pode transformar, curar e promover justiça”, afirmou.
A diretora Roux também expressou sua gratidão à atriz, a quem descreveu como “uma das artistas mais brilhantes e ativistas mais dedicadas da atualidade”, por reconhecer tanto a urgência do tema quanto a proposta estética do filme.
“Com Angelina Jolie como produtora, o filme ganha uma voz que fortalece seu alcance e propósito", acrescenta.
Desde o início, Muganga foi concebido como uma jornada cinematográfica marcada por escolhas ousadas.
“Não se trata de uma biografia convencional, mas de um encontro entre expressão artística e engajamento social”, explicou Roux.
Ela relembrou um momento marcante no Hospital Panzi: “Vi mulheres descansando em seus leitos, com os olhos cheios de esperança ao ouvirem o Dr. Mukwege dizer: ‘Ela está fazendo um filme para que o mundo não se esqueça de vocês’. Com Angelina Jolie ao nosso lado, tenho ainda mais convicção de que essa promessa pode ser cumprida.”
Essa noticia apareceu primeiro na Variety

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