Angelina Jolie fala sobre Louis Zamperini em entrevista

Angelina Jolie exibiu uma previa de Unbroken na ultima terça-feira, 29 de julho, e também concedeu uma entrevista onde falou sobre o filme, e também sobre Louis Zamperini.

Louis foi um herói para você?

Jolie: “Ele foi um mentor, um amigo e um pai para todos nós, ele era um grande homem”. “As pessoas dizem que você nunca terá a oportunidade de conhecer seus heróis, mas eu conheci o meu e ele era extraordinário”.

O que você aprendeu com ele?

Jolie: Que cada pessoa, não importa quantos erros ela cometeu, ela pode mudar, realizar grandes coisas e fazer o bem.

O que ele fez para você, pessoalmente, é bom?

Jolie: Ele me ajudou em tempos difíceis quando tive que fazer minha cirurgia. Ele sempre me lembrava sobre o quão importante é para mim aproveitar todos os dias da minha vida. Ele me ensinou jogos para mim jogar com meus filhos.

Louis chegou a ver o filme?

Jolie: Eu levei uma copia para ele até o hospital no meu laptop e lhe mostrei. Isso o fez feliz. Mesmo no final de sua vida, ele tinha um sorriso no rosto. Durante seus últimos dias, ele estava cheio de entusiasmo e amor, sorriu para todos, foi extraordinário. Ele queria que eu fizesse o filme para mostrar algo esperançoso sobre a força do espírito humano que podem nos recuperar.

Você estava em seu funeral?

Jolie: Eu e todo o elenco. Choramos, não só em seu enterro, mas durante vários dias, e de novo e de novo, até na sala de edição, é como se ele tivessem sido cortado do filme. Mais não era um choro de tristeza e sim porque estávamos cientes de que nunca iríamos encontrar outro Louis Zamperini.

Vocês eram vizinhos?

"Sim, eu o cumprimentava do telhado da minha casa e depois de ler o livro sobre Zamperini eu comecei a passar muito tempo com ele, eu me apaixonei mais e mais por sua história.

O que te levou até o filme?

Jolie: Eu queria dirigir e estava à procura de algo que fosse significativo, que tocasse meu coração. Então eu me lembrei dessa história. Eu fui para casa e disse a Brad: "Querido, eu encontrei Unbroken". Brad respondeu: "Esse filme circula a uma eternidade por Hollywood. Muitos estavam interessados, mas ninguém até agora conseguiu leva-lo para o cinema."

O que Louis achou?

Jolie: Quando eu o conheci, ele disse: "Faça-o para mim meninas, porque eu não estou ficando mais jovem."

E como você conseguiu trazer o dinheiro necessário para o filme?

Jolie: Eu preparei uma apresentação e mostrei para os executivos da Universal. Depois fui pra casa e fiquei esperando, não houve contato durante três dias. E Brad me disse, não se engane, vai ser muito difícil alguém dar algum dinheiro para financiar esse filme. Então eu me senti mal, pois estava entusiasmada. Foi quando finalmente veio a resposta e eu estava dentro do projeto, na hora mandei Brad subir no telhado para içar a bandeira americana.

Isso soa estranho, é patriótico para você?

Jolie: Não tinha nada a ver com patriotismo. Louis vivia em uma casa na colina acima da nossa casa, e um dia eu disse a ele, se o estúdio apoiar minha ideia de fazer o filme, eu irei subir no telhado para estender uma bandeira, eu lhe havia lhe prometido isso: " Foi algo assim, se me derem o sinal verde, a bandeira sobe, disse ela aos risos." Porque assim, ele poderia ver que depois de 57 anos, finalmente sua historia seria contada.

Quais foram as pessoas que você já teve contato que lhe ajudaram a encontrar seu próprio estilo como diretora?

"Sobre espaços e movimentos, eu aprendi muito com Michael Winterbottom, quando eu trabalhei com Robert De Niro, eu aprendi a dirigir os atores, enquanto que com Clint Eastwood eu aprendi a ser muito robusta e econômica. Algo importante que aprendi foi que acontecem muitas coisas na vida, especialmente depois de conhecer varias pessoas com quem eu tive uma experiência ruim, então aprendi e prometi nunca para e não agir dessa forma".

Um momento de triunfo para Zamperini foi a sua participação na corrida de 5 km em Berlim, em 1936. Você gravou as cenas no Estádio Olímpico?

Jolie: Não, por razões de custo, elas foram gravadas em um campo esportivo abandonado na Austrália, que foi transformado em estádio mais tarde por efeitos especiais. Então os atores tinhas que imaginar tudo, onde estava a linha de partida, o lugar onde Hitler ficava, pois não estávamos olhando pra nada, só víamos um espaço vazio, foi ai que eu pensei, vamos usar balões pra marcar os lugares, assim os atores parecia estar olhando para o mesmo ponto, mais os balões ficavam sem mexendo com o vento.

A agonia no campo de concentração japonês fez Louis encontrar sua força interior. Você consegue entender isso pessoalmente?

Jolie: Eu venho de um lar desfeito e eu não me imaginava tendo uma família e filhos. Mas eu decidi trabalhar duro para construir tudo isso. Eu quero ser uma boa mãe, então eu decidi batalhar por isso, apesar das tentações, resolvi deixar o passado para trás e seguir em frente. Hoje em dia eu gasto muito tempo da minha vida com pessoas com necessidade e que tiveram um grande sofrimento. A dor que eu suportei, não é nada em comparação com a delas.

As mortes diárias de inocentes em Gaza são cruéis. Você como uma atriz de hollywood consegue fazer algo a respeito em favor das milhares de pessoas?

Jolie: Há muitas pessoas que se voltaram contra isso publicamente. Você tem que despolitizar o assunto e apenas abordar a situação humanitária. Eu simplesmente não consigo imaginar alguém que não esteja com o coração partido ao ver todas essas crianças com tanta dor, e como mãe, eu mal posso... Ela faz uma pausa emocionada, seus olhos se enchem de lágrimas. "Eu me forço para assistir a esses programas de notícias e ler os jornais, mas dói, e é tão profundamente triste porque não parece ser uma resposta para o que podemos fazer. Se eu soubesse o que eu poderia fazer ou o que eu poderia dizer, para de alguma forma pôr um fim a este conflito ou ajudar com o cessar-fogo, eu iria fazê-lo imediatamente. Por Deus, eu queria uma solução para isso”.

"Estamos tentando ser o mais prático, urgente e imediato possível, porque a maior solução política é algo que eu certamente não tenho uma resposta, mas eu rezo todos os dias para as pessoas continuarem lutando e trabalhando para conseguirem um cessar-fogo, e honestamente, eu acho que nós temos que olhar para a situação de uma forma mais ampla, de como estamos lidando com questões do mundo, e como melhorar a segurança humana e não apenas a segurança de um Estado”.

Você acha que se deixassem as mulheres governarem o mundo, acredita que teriam menos guerra?

Jolie: Certamente, nós mulheres têm dentro de nós uma coisa que nos faz lutar por algo em que acreditamos. Mas também temos uma necessidade interior de dialogar e também de justiça. Pensamos em nossos filhos e nos filhos dos outros. Sabemos o que significa perdê-los. Vemos essas mortes em todo o mundo e nós choramos. É claro que, assim como os homens, mas nós mulheres fazemos o melhor que está a nossa alcance para evitar conflitos.

Você mostrou para os seus filhos o filme Unbroken, em que sentido os horrores da guerra desempenha um papel importante?

Jolie: Para meus dois filhos, de doze e dez anos. Eles em seguida me fizeram muitas perguntas sobre Deus, sobre sobrevivência. E, claro, sobre Louis.

Há semelhanças entre sua vida e a de Louis?

Jolie (sorri): Eu também tive os meus anos rebeldes. E tenho certeza de que ainda tenho. Todos nós temos algo assim em nós. Só devemos seguir na direção certa, de modo com que façamos algo de positivo e útil. Eu aprendi a fazer isso. Quando eu não podia, eu era muito auto-destrutiva.

Enquanto você dirigia seu filme na Austrália, Brad estava gravando Fury em Londres. Você mantinham contato via Skype ou e-mail?

Jolie: Foi a primeira vez que Brad e eu ficamos bastante tempo longe um do outro. Ele queria fazer Fury e teve que ir para Londres, enquanto eu estava na Austrália para as filmagens de "Unbroken". Apesar da distancia, Brad veio me visitar na Austrália no final das gravações, e ele sempre me apoiou muito, e apesar da distancia decidimos fazer desses meses de separação algo romântico. "Escrevemos cartas, assim como faziam os namorados durante a Segunda Guerra. Nós nos retratado como se estivéssemos naquela época, e nos comportamos como aqueles casais que ficam por meses, às vezes até anos sem se ver. Nós tentamos fazer com que fosse o mais romântico possível. Escrevíamos cartas à mão. foi um belo exercício, e nós nos sentimos ainda mais interligados. foi uma sensação muito agradável".

Bom, então isso nos leva a pergunta. Existem planos para o casamento?

Jolie: Não, não no momento (ela sorri maliciosamente). E se houvesse, eu não contaria.

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