Texto sobre Somaly Mam escrito por Angelina Jolie



Somaly Mam Foundation

Somaly Mam e o regime cambojano Khmer Rouge nasceram praticamente ao mesmo tempo, na época em que os Estados Unidos começou secretamente a espalhar bombas em seu país. As vilas bombardeadas tornaram-se uma espécie de estopim para o crescimento do Khmer Rouge e da revolução Pol Pot.

Quando Mam tinha a idade de 5 anos, o Khmer Rouge controlava o Camboja e já havia matado cerca de 1,5 milhões de pessoas como forma de implementar o regime comunista radical do Pol Pot. Torturas, execuções e trabalhos forçados assolavam o país. Famílias urgiam por segurança, e uma guerra civil dizimou a sociedade cambojana nos anos que se seguiram.

Em meio à desolação, Mam com 12 anos de idade foi vendida a um homem por seu avô como escrava sexual. Ela acabou em um bordel chamado Phnom
Penh, começando uma década de terríveis violações e torturas. Ela descreveu este período de sua vida simplesmente como: "Eu estava morta. Eu não tinha afeição por ninguém".

O terror é a única arma eficaz para quem mantém mulheres como escravas sexuais. Eles dependem que suas vítimas sejam aniquiladas pelo medo. Traficantes esperam que a dor e a degradação sejam o bastante para estas mulheres aceitaram seu destino como inevitável.

Mas Mam conseguiu fugir. Em 1993, ela deixou o Camboja com a ajuda de um ativista humanitário francês.

O fato de Mam haver escapado faz dela única, mas o que faz dela absolutamente extraordinária é que ela voltou. O qual seria compreensível para a maioria das pessoas passarem o resto de suas vidas se recuperando de suas feridas, Mam decidiu voltar e confrontar o sistema que continua a vitimizar mulheres cambojanas.

Em 1996, Mam criou a organização sem fins lucrativos chamada AFESIP (Agir pour les Femmes en Situation Précaires ou Acting for Women in Distressing Circumstances) que trabalha em conjunto com as leis locais no esforço de fechar bordeis e reintegrar mulheres vítimas do tráfico na sociedade. As estimativas são de que 1,2 a 2 milhões de pessoas são vítimas da escravidão sexual em todo o mundo. Mam, agora com 38 ou 39 anos (ela não sabe sua data de nascimento), tem estabelecido um novo modelo de tratamento deste problema e já ajudou mais de 4 mil mulheres a escapar do tráfico sexual.

O esforço de Mam, no entanto, tem lhe custado um alto preço em sua vida pessoal. A ativista já foi vítima de tentativas de assassinato e outras intimidações. Em 2006, donos de bordéis locais drogaram e raptaram sua filha de 14 anos.

A maioria das pessoas teria desistido de seus ideais, mas Mam continua a lutar pelos direitos das mulheres em seu país em um esforço único de evitar que sofram o que ela sofreu.

Angelina Jolie, é uma ganhadora do Oscar, Embaixadora da Boa vontade da UNHCR e co-diretora da Fundação Jolie-Pitt.

Fonte: Texto em inglês no site da Times

Comentários

Ricardo disse…
Cópiou a minha traducao só para variar...
www.angelinajolie.com.br
Rosa disse…
Otima matéria!!! Muito melhor que fofoca, rsrsrs
Também gostei de conhecê-la, já que conhecia a reportagem do "outro site", mas não havia foto.
Parabéns pelo site!!