Angelina Jolie visita refugiados na fronteira entre Myanmar e Tailândia

 
A Enviada Especial da agência de refugiados da ONU Angelina Jolie pediu uma ação urgente para acabar com o ciclo vicioso de violência e deslocamento uma vez que o numero de refugiados ultrapassa 50 milhões de pessoas, desde a Segunda Guerra Mundial.

Ela falou durante uma visita no Dia Mundial do Refugiado para refugiados de Mianmar, no norte da Tailândia, sobre o mais recente Relatório de Tendências Globais do UNHCR "ACNUR" e revelou que há agora um número sem precedentes de 51,2 milhões de refugiados, dentre eles, refugiados internos que são obrigados a mudar de cidade e também refugiados solicitantes asilo no mundo todo. Os números globais de refugiados aumentaram em 6 milhões entre o final de 2012 e o final de 2013.

"Impedir conflitos armados deve ser uma responsabilidade coletiva da comunidade internacional", disse Jolie nessa sexta-feira no acampamento de Ban Mai Nai Soi, província de Mae Hong Son. "Este aumento impressionante no número de refugiados mostra que o mundo não está cumprindo com suas responsabilidades. Esta é uma situação injusta e insustentável. A única resposta é dedicar maiores esforços e recursos para lidar com conflitos em todo o mundo. Não existem soluções humanitárias para os problemas políticos. "

Segundo o relatório do ACNUR, os principais fatores por trás do aumento dramático no número era a escalada de conflitos no Oriente Médio, África Central e Ocidental, bem como a falta de soluções para os refugiados existentes.

Angelina manifestou preocupação com o agravamento da crise na Síria e suas repercussões negativas sobre o Iraque, onde uma emergência humanitária é necessária quando centenas de milhares de pessoas fogem há dez anos do mais recente capítulo sobre guerra. Alguns podem ter se deslocados pela terceira vez, depois de terem fugido para a Síria em 2003 da violência no Iraque, e foram forçado a voltar para casa no ano passado quando a Síria se tornou um campo de batalha, apenas para serem arrancados novamente após o Iraque entrar em conflito novamente.

"Nos últimos anos temos alertado sobre os efeitos colaterais e as enormes consequências que isso poderia ter sobre a região. Alguns meses atrás, eu viajei para o Líbano, onde as tensões ao longo da fronteira com a Síria eram altas. Enquanto eu estava lá, os confrontos ocorreram em ambos os lados. E agora no Iraque, há centenas de milhares de pessoas que fogem mais continuam em um campo de batalha em potencial ", disse Jolie.

"Juntos, os conflitos na Síria e no Iraque tornaram-se claras ameaças à estabilidade da região, afetando a paz e a segurança global."

Em paralelo, a violência ressurgente na República Centro Africano e no Sul do Sudão está causando uma demanda gigantesca de refugiados para os países vizinhos, colocando pressão adicional sobre uma região já volátil e contribuindo para a crescente insegurança alimentar.

"O número de refugiados está crescendo mais rápido do que a capacidade do mundo em responder. A ajuda humanitária pode proporcionar um alívio temporário, mas não pode resolver as causas profundas do deslocamento em massa", disse Angelina. "Agora, mais do que nunca, a comunidade internacional deve não apenas mostrar, mas também agir sobre a vontade política para parar e evitar o conflito."

A alternativa, alertou, é um aumento no número de refugiados ao longo da vida. "Mais da metade dos refugiados sob os cuidados do ACNUR já estão em situações prolongadas", disse ela. "Em média, um refugiado gasta 17 anos de sua vida no exílio. Isso é 17 anos no limbo, sem poder ir para casa ou seguir em frente com a vida. A não ser que tenhamos sucesso na resolução desses conflitos atuais, veremos cada vez mais o tempo de duração da vida como refugiados aumentar, isso é algo que exigem o apoio permanente da comunidade internacional e que representam um risco permanente para a estabilidade".

Na sexta-feira Jolie visitou uma dos mais longa situações de refugiados do mundo, na fronteira entre a Tailândia e Mianmar. Estima-se que hoje cerca de 120 mil refugiados de Mianmar vivem em nove campos de refugiados na fronteira com a Tailândia, alguns por aproximadamente 30 anos.

Desde 2005, um programa de reassentamento em grande escala permitiu que 90.000 refugiados de Mianmar nestes campos pudessem reiniciar suas vidas em países como Estados Unidos, Austrália e Suécia. Aqueles que permanecem estão se perguntando se as reformas em Mianmar pode abrir caminho para o retorno.

No encontro com os refugiados no acampamento de Ban Mai Nai Soi, o mais setentrional dos nove campos, foi perguntado sobre a situação em Mianmar antes que eles possam tomar decisões informadas sobre os seus próximos passos.

"Depois de ajudar os refugiados a sobreviver no exílio por três décadas, a comunidade internacional não pode deixa-los neste momento crítico", disse Angelina. Ela destacou a necessidade de preparar os refugiados com habilidades e educação para o bem de seus futuros e também em ajudar Mianmar a se preparar para os retornos seguros e sustentáveis quando as condições forem favoráveis.

"Depois de 30 anos no exílio, a melhor solução que podemos dar a estes refugiados é o direito e o poder de escolher o seus próprios caminhos", disse Jolie. "Esta é a nossa chance de acertar, e quebrar o ciclo vicioso de conflito e deslocamento de uma vez por todas."

Até o final de 2013, os afegãos, sírios e Somalis foram as maiores populações de refugiados sob os cuidados do UNHCR "ACNUR". Dos três países do topo da lista, apenas o Afeganistão e a Somália têm estado em conflitos a longo prazo, cerca de 35 e 23 anos, respectivamente, enquanto a Síria entrou em seu quarto ano.

Comentários

bwest disse…
Ela é especial mesmo!Merece o Oscar honorário e o título inglês,de alta condecoração-Ordem de São Jorge!Grande mulher,grande dama Angelina Jolie-Pitt!