Angelina Jolie em entrevista ao This Week



Angelina Jolie passou para trás da Camera "In the Land of Blood and Honey '

A atriz vendedora do Academy Award Angelina Jolie muitas vezes aborda a violência e a guerra em seus filmes de ação. Mas seu filme mais recente, "In the Land of Blood and Honey", ela aborda algo de uma forma totalmente diferente, mostrando a vida de pessoas inocentes capturadas no meio da guerra da Bósnia na década de 1990.

Pela primeira vez, Jolie passou para trás das câmeras, escreveu e dirigiu o filme que mostra o conflito na Bósnia, através dos olhos de personagens que testemunharam a violência sistemática e o genocídio que a região viveu por mais de três anos.

Eu estava pensando e meditando sobre esses temas internacionais de violência contra as mulheres, a falta de intervenção, e como os seres humanos ficam diferentes, transtornados e deformados pela guerra, e também como algumas pessoas saem mais fortes disso, já outras são totalmente afetadas e destruídas", disse Jolie para Christiane Amanpour âncora do programa This Week, que também cobriu o conflito da Bósnia na década de 1990. "Não há maneira segura de lidar com esses assuntos, mas acho que o importante é discuti-los e enfrentá-los."

Enquanto os Estados Unidos foi fortemente envolvido e, finalmente, pôs fim ao conflito na Bósnia em 1995, a guerra que durou mais de três anos no coração da Europa foi considerada um dos maiores fracassos coletivos da diplomacia internacional desde a Segunda Guerra Mundial.

"É irritante o quanto de tempo que se demorou para que houvesse uma intervenção que colocasse um ponto final na guerra", disse Jolie. "Quando eu digo 'intervenção', não me refiro apenas em colocar as armas no chão, eu não quero dizer isso. Me refiro em ser consciente, e discutir os problemas, e não escondê-los, mais sim descobrir e trabalhar para encontrar soluções para as pessoas. "

Jolie fez uma extensa pesquisa para "In the Land of Blood and Honey", através de artigos e fotos para tentam captar histórias individuais do conflito.

"Existe uma grande fotografia que tenho no escritório", disse Jolie, descrevendo uma foto de uma mulher. "Ela usa umas pérolas, e está bem vestida, com o cabelo bem arrumado. Nela esta escrito, você pode atirar em mim, mas você não irá tirar a minha humanidade, a minha dignidade, meu ego, o que eu sou, minha pessoa. Vou continuar mantendo minha cabeça erguida. "

Quando decidiu dirigir o filme, Jolie resolveu usar atores locais que viveram a guerra, de todos os lados.

"Eu não teria feito o filme sem eles", disse Jolie. "Ele (o filme) pertence a eles, são suas histórias que foram contadas."

As atrizes Zana Marjanovic e Vanessa Glodjo disseram que foram movidas pelo roteiro escrito por Jolie, que não suavizava o conflito como muitos filmes fazem.

"Quando eu li o roteiro, eu tive um súbito frio no peito, e no estômago", disse Glodjo. "E eu disse: 'Meu Deus. O que é isso? O que é realmente isso? É tão forte. "

Ambas as atrizes disseram que esperam que o filme sirva como um lembrete do que aconteceu durante o conflito bósnio, e da destruição física e emocional da guerra.

"Nosso medo é o silêncio. Nosso medo é a ignorância. Nosso medo é que as pessoas não saibam o que aconteceu ", disse Marjanovic. "E ser ignorante sobre o que ocorreu deixa uma possibilidade de que possa acontecer novamente."

Jolie disse que ficou "muito emocionada" pela experiência de fazer o filme, e que espera que ele transmita bem como é o povo da região.

"Há algo neste filme especial que todos esperamos, pode ser através da música, das pessoas, das relações, que mostram o calor e o amor, o humor, a vida da pessoas desta parte do mundo que é especial, "Jolie disse.

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