Angelina Jolie fala sobre processo movido por James J Braddock

Vários dias após a revelação de que Angelina Jolie estava sendo processada pelo autor bósnio James J. Braddock—que alega que a atriz roubou ilegalmente a história de seu livro para produzir seu filme sobre a guerra dos Balcãs—Jolie respondeu às acusações nesta terça-feira.

Braddock, autor e jornalista, entrou com uma ação em um tribunal de Illinois nesta semana, alegando que se reuniu três vezes com Eden Sarkic, representante de Jolie em sua estreia como diretora. Na ação, que inclui Jolie e vários outros réus, Braddock busca uma liminar de emergência contra o lançamento do filme, programado para estrear nos cinemas dos EUA em 23 de dezembro.

No entanto, em uma entrevista nesta terça-feira, Jolie minimizou o processo. "Faz parte do processo. Acontece em quase todos os filmes", disse ela ao Los Angeles Times em um hotel de Nova York.

O filme de Jolie, que ela garante ter escrito, gira em torno de um romance entre uma mulher muçulmana da Bósnia e um oficial do exército sérvio. Eles iniciam um relacionamento antes da guerra estourar nos Balcãs em 1991, mas são separados quando o conflito começa, reencontrando-se posteriormente em uma prisão, onde a mulher é mantida como prisioneira.

Na ação, Braddock afirma que se correspondeu por telefone e por e-mail com Sarkic e alega ter contribuído com elementos importantes para o filme, como enredo, desenvolvimento dos personagens, significado cultural da história e precisão histórica. Segundo ele, a ideia de um casal apaixonado que é separado pela guerra se assemelha ao enredo de seu livro, The Soul Shattering, lançado em 2007.

Jolie reconheceu ter se inspirado em muitas fontes, incluindo livros de jornalistas como Peter Maas e Tom Gielten, mas enfatizou que nunca leu o livro de Braddock.

"Usei muitos livros e documentários como base para minha pesquisa e para escrever o roteiro. É uma combinação de histórias de várias pessoas", disse ela. "Mas, especificamente este livro, eu nunca vi."

Não é a primeira vez que o filme enfrenta problemas. Quando as filmagens começaram no outono de 2010, Jolie lidou com uma forte reação de um grupo de mulheres dos Balcãs ao romance retratado no filme, a ponto de sua permissão para gravar no país ser revogada. A autorização só foi concedida novamente após a apresentação do roteiro, que desmentiu os rumores divulgados pela imprensa sobre o conteúdo da obra.

Jolie disse entender as críticas das manifestantes, mas admitiu ter ficado magoada com suas objeções.

"Senti simpatia por essas pessoas, pois essas questões são muito sensíveis", disse ela. "Mas, quando você tenta fazer algo porque se importa tanto com a história delas—especialmente das mulheres dessa região, como era o meu caso—e sabe que o tema do filme, que trata da violência contra as mulheres, é forte, ver tudo distorcido e transformado em algo ruim é profundamente doloroso. Você se sente um pouco enojada e muito triste com isso."