Angelina Jolie e Loung Ung concedem entrevista ao Los Angeles Times
Angelina Jolie e Loung Ung estão sentadas em uma sala de conferências dentro dos novos e brilhantes escritórios da Netflix em Hollywood. Parece como qualquer outro dia e, de muitas maneiras, para essas amigas de longa data, essa entrevista é exatamente essa, outra oportunidade para garantir que o mundo não se esqueça dos horrores que ocorreram no Camboja sob o regime do Khmer Vermelho. É uma missão que não terminará para nenhuma delas em breve.
Não só as duas mulheres se conhecem há mais de uma década, como também estão vinculadas na colaboração do filme épico "First They Killed My Father". O filme, lançado em setembro, é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Ung e lançado nos anos 2000. O célebre trabalho narra a infância de Ung sob o reginem do Khmer Vermelho em meados da década de 1970. Jolie dirigiu o longa, que foi escolhido como a entrada oficial do Camboja para concorrer ao Oscar de filme em língua estrangeira na cerimonia do próximo ano, além de roteiriza-lo junto com Ung.
Desde que dirigiu o drama sobre a guerra da Bósnia de 2011 "In the Land of Blood and Honey", Jolie admite sem rodeios que nunca se viu como cineasta. Foi depois desse filme, no entanto, que ela começou a se perguntar quais tipos de histórias ela deveria se arriscar em seguida. E foi quando ela se lembrou do romance de sua amiga Ung e percebeu que era uma história que seu filho Maddox, que ela adotou do Camboja, precisava experimentar.
"Não era como, 'quero fazer um filme legal?' Foi realmente: 'O que me faz sentir, o que eu gostaria de passar anos de minha vida fazendo? O que é importante? O que me afetou?' Ficou muito claro para mim que era esse livro", diz Jolie. "E enquanto Maddox estava crescendo, eu realmente precisava que ele entendesse o que aconteceu e o que sentia sobre seu país, que não estava sendo falado. Não é um assunto que se é discutido tão abertamente quanto se deveria".
Quanto mais Jolie e Ung conversam, mais fácil é, para entendermos a amizade entre elas. A dupla se encontrou pela primeira vez, quanto ambas se abrigaram em um templo, por causa de uma chuva torrencial durante uma visita de Jolie ao Camboja, em uma missão humanitária. Anos mais tarde, Jolie perguntou a Ung se ela estaria interessada em uma versão cinematográfica de seu livro e se queria escrever o roteiro junto com ela. De acordo com Ung, descobrir o enredo do longa, começou durante um período de três dias na casa de Jolie.
Um item descrito no livro, que Jolie lembra que insistiu que fosse incluído no roteiro, era a camisa azul, que a mãe de Ung havia escondido para seus filhos, de modo que eles nunca se esqueceriam dela ou das suas vidas antes que o Khmer Vermelho assumisse o país. E, de fato, essa camisa ainda existe, e está bem segura dentro de um cofre à prova de fogo na casa do irmão de Ung em Vermont.
"As crianças a ouviram e depois a surpreenderam, com um presente, uma camisa de seda azul", lembra Jolie sobre seus filhos. "Eles fariam festas de aniversário aleatórias para ela, porque ela não conhece a date de seu aniversário".
Ung explicou aos filhos de Jolie que ela não conhece a data de seu nascimento porque os registros de nascimento dela, foram destruídos, mas que seu irmão escreveu dizendo que era em 17 de abril.
"O dia em que o Khmer Vermelho assumiu o controle do país", diz Ung. "Eu nunca senti que isso poderia parecer correto. Quando você faz 16 anos, você quer ter uma festa de 16 anos, mas sabe que em todo o mundo, as pessoas estão acendendo velas e lembrando 2 milhões de vidas perdidas. Como você realmente pode ter um bolo pra comemorar? "
Jolie acrescenta: "Nós damos a ela, novas datas de aniversário todos os anos. Nós estávamos falando sobre isso ontem, tentando descobrir quando será o próximo".
Um dos aspectos mais notáveis do roteiro de Jolie e Ung é a pouca exposição que existe. Quase toda a história é vista através dos olhos da jovem Loung, interpretado por Sareum Srey Moch.
"A coisa complicada sobre isto é que você não pode saber muito mais do que ela, pois ela é uma criança", diz Jolie. "Você não pode conhecer seus pensamentos internos, coisa que tem em muitos livros, eles preenchem as lacunas porque podem escrever o que esta acontecendo ou o que se está pensando. Você não pode usar isso. Nós decidimos que não haveria isso. Nós precisávamos ser apenas ela e, passarmos pelo que ela passou, até mesmo quando tinha algo que ela não entendia o que estava acontecendo, e o publico ficava confuso, ela também estava".
Essa jornada busca a representação do filme de Loung e caminha através de florestas e campos de arroz onde milhões de cambojanos da cidade, foram enviados para o trabalho forçado, enquanto o regime autoritário tentava voltar no tempo e remover toda a influência ocidental da nação.
"Na história de outras guerras, você tinha campos de prisioneiro e eles tinham muros. No Camboja, todo o país era uma prisão", diz Jolie. "Não havia paredes. Não havia nenhum lugar para se estar seguro. Todo o país se tornou prisioneiro".
O sofrimento da era do Khmer Vermelho ainda traz memórias dolorosas para muitos, mas quando o filme chegou na parte em que os cambojanos foram ordenados a evacuar a capital Phnom Penh, Jolie ficou surpresa com o que os sobreviventes queriam ensinar aos seus filhos.
"Mesmo para as cenas da evacuação da cidade, as pessoas do elenco de apoio, vieram e trouxeram suas famílias", diz Jolie. "Eles trouxeram seus próprios filhos. Eu estava conversando com alguns figurantes que se lembravam da primeira evacuação que eles fizeram. Agora eles estão trazendo seus filhos e netos, para mostrar-lhes como foi. Isso foi emocionante".
Fonte: Los Angeles Times
Não só as duas mulheres se conhecem há mais de uma década, como também estão vinculadas na colaboração do filme épico "First They Killed My Father". O filme, lançado em setembro, é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Ung e lançado nos anos 2000. O célebre trabalho narra a infância de Ung sob o reginem do Khmer Vermelho em meados da década de 1970. Jolie dirigiu o longa, que foi escolhido como a entrada oficial do Camboja para concorrer ao Oscar de filme em língua estrangeira na cerimonia do próximo ano, além de roteiriza-lo junto com Ung.
Desde que dirigiu o drama sobre a guerra da Bósnia de 2011 "In the Land of Blood and Honey", Jolie admite sem rodeios que nunca se viu como cineasta. Foi depois desse filme, no entanto, que ela começou a se perguntar quais tipos de histórias ela deveria se arriscar em seguida. E foi quando ela se lembrou do romance de sua amiga Ung e percebeu que era uma história que seu filho Maddox, que ela adotou do Camboja, precisava experimentar.
"Não era como, 'quero fazer um filme legal?' Foi realmente: 'O que me faz sentir, o que eu gostaria de passar anos de minha vida fazendo? O que é importante? O que me afetou?' Ficou muito claro para mim que era esse livro", diz Jolie. "E enquanto Maddox estava crescendo, eu realmente precisava que ele entendesse o que aconteceu e o que sentia sobre seu país, que não estava sendo falado. Não é um assunto que se é discutido tão abertamente quanto se deveria".
Quanto mais Jolie e Ung conversam, mais fácil é, para entendermos a amizade entre elas. A dupla se encontrou pela primeira vez, quanto ambas se abrigaram em um templo, por causa de uma chuva torrencial durante uma visita de Jolie ao Camboja, em uma missão humanitária. Anos mais tarde, Jolie perguntou a Ung se ela estaria interessada em uma versão cinematográfica de seu livro e se queria escrever o roteiro junto com ela. De acordo com Ung, descobrir o enredo do longa, começou durante um período de três dias na casa de Jolie.
Um item descrito no livro, que Jolie lembra que insistiu que fosse incluído no roteiro, era a camisa azul, que a mãe de Ung havia escondido para seus filhos, de modo que eles nunca se esqueceriam dela ou das suas vidas antes que o Khmer Vermelho assumisse o país. E, de fato, essa camisa ainda existe, e está bem segura dentro de um cofre à prova de fogo na casa do irmão de Ung em Vermont.
"As crianças a ouviram e depois a surpreenderam, com um presente, uma camisa de seda azul", lembra Jolie sobre seus filhos. "Eles fariam festas de aniversário aleatórias para ela, porque ela não conhece a date de seu aniversário".
Ung explicou aos filhos de Jolie que ela não conhece a data de seu nascimento porque os registros de nascimento dela, foram destruídos, mas que seu irmão escreveu dizendo que era em 17 de abril.
"O dia em que o Khmer Vermelho assumiu o controle do país", diz Ung. "Eu nunca senti que isso poderia parecer correto. Quando você faz 16 anos, você quer ter uma festa de 16 anos, mas sabe que em todo o mundo, as pessoas estão acendendo velas e lembrando 2 milhões de vidas perdidas. Como você realmente pode ter um bolo pra comemorar? "
Jolie acrescenta: "Nós damos a ela, novas datas de aniversário todos os anos. Nós estávamos falando sobre isso ontem, tentando descobrir quando será o próximo".
Um dos aspectos mais notáveis do roteiro de Jolie e Ung é a pouca exposição que existe. Quase toda a história é vista através dos olhos da jovem Loung, interpretado por Sareum Srey Moch.
"A coisa complicada sobre isto é que você não pode saber muito mais do que ela, pois ela é uma criança", diz Jolie. "Você não pode conhecer seus pensamentos internos, coisa que tem em muitos livros, eles preenchem as lacunas porque podem escrever o que esta acontecendo ou o que se está pensando. Você não pode usar isso. Nós decidimos que não haveria isso. Nós precisávamos ser apenas ela e, passarmos pelo que ela passou, até mesmo quando tinha algo que ela não entendia o que estava acontecendo, e o publico ficava confuso, ela também estava".
Essa jornada busca a representação do filme de Loung e caminha através de florestas e campos de arroz onde milhões de cambojanos da cidade, foram enviados para o trabalho forçado, enquanto o regime autoritário tentava voltar no tempo e remover toda a influência ocidental da nação.
"Na história de outras guerras, você tinha campos de prisioneiro e eles tinham muros. No Camboja, todo o país era uma prisão", diz Jolie. "Não havia paredes. Não havia nenhum lugar para se estar seguro. Todo o país se tornou prisioneiro".
O sofrimento da era do Khmer Vermelho ainda traz memórias dolorosas para muitos, mas quando o filme chegou na parte em que os cambojanos foram ordenados a evacuar a capital Phnom Penh, Jolie ficou surpresa com o que os sobreviventes queriam ensinar aos seus filhos.
"Mesmo para as cenas da evacuação da cidade, as pessoas do elenco de apoio, vieram e trouxeram suas famílias", diz Jolie. "Eles trouxeram seus próprios filhos. Eu estava conversando com alguns figurantes que se lembravam da primeira evacuação que eles fizeram. Agora eles estão trazendo seus filhos e netos, para mostrar-lhes como foi. Isso foi emocionante".
Fonte: Los Angeles Times
Comentários
Foreign Policy CAN
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@CanadaFP
Minister Freeland & Ms. Angelina Jolie, Special Envoy of the @UN High Commissioner for Refugees, spoke about how countries can work together to protect children in conflicts. #ChildSoldiers #PeaceConf17
4:01 PM - Nov 16, 2017
http://www.cmrodrigues.com/wp/index.php/2017/11/16/oscares-2017-os-candidatos-ganhar-oscar-da-academia/
IndieWire
✔
@IndieWire
#TheBreadwinner Review: Angelina Jolie Helps Deliver the Best Animated Feature of 2017
http://
bit.ly/2mBTHY4
12:45 PM - Nov 17, 2017